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terça-feira, 23 de maio de 2023

As Aparições de Maria Santíssima Na China, Dong-Lu em Boading e Sheshan em Shangai.

NOSSA SENHORA IMPERATRIZ DA CHINA
também conhecida
como Nossa Senhora de Sheshan

24 de maio de Nossa Senhora de Sheshan
Dia mundial da oração na China

"O Dragão, vendo que fora precipitado na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12,13).
Ninguém ignora a férrea repressão na China vermelha a tudo que possa se referir a religião. Repressão, sobretudo, anti-cristã. Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong-Lu em Boading e Sheshan em Shangai.

O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica nacional infiel ao Papa, criada pelo Partido Comunista), o Santuário a Dong-Lu permanece firmemente com a Igreja Católica Romana, chamada "Igreja Subterrânea". Desde 1924, católicos chineses provenientes de todas as localidades da China, viajavam todos os meses de maio para Dong-Lu com a finalidade de venerar a Mãe Santificada de Cristo.

Mas tudo isso mudou durante a Revolução Cultural.

Em pleno ataque perseguidores anti-cristãos debandam ao verem a Santíssima Virgem pairando sobre o povoado, rodeada de uma multidão de anjos
Por motivos de preconceito de fundo nacionalista, a Igreja Católica sempre encontrou enorme resistência cultural na China. Em 1900 ocorreu a “perseguição dos boxers”, nacionalistas chineses que se organizavam em clubes desportivos, praticantes de artes marciais, boxe, etc, que se tornou uma das mais terríveis. Essa perseguição deixou um saldo de milhares de mártires — 30.000, segundo algumas fontes —, entre eles cinco bispos, 130 sacerdotes e numerosos fiéis.

 
Foi justamente durante essa represália anti-cristã que se deu uma grande intervenção da Santíssima Virgem, ocorrida em junho de 1900. Os boxers anticatólicos estavam prestes a eliminar Dong-Lu, à época com aproximadamente 700 habitantes. Naquela ocasião, cerca de 9.000 refugiados se encontravam na aldeia, onde os padres vicentinos tinham começado uma missão. Em sua maioria eram habitantes muito pobres.

A situação era terrível. Milhares de perseguidores cercavam a cidade, e todos pressentiam a iminência de um massacre de seus habitantes. Quando tudo parecia perdido, os perseguidores viram Nossa Senhora pairando sobre o povoado, rodeada de uma multidão de anjos. Aterrorizados, inutilmente dispararam tiros contra Ela. Diante do fenômeno inexplicável, fugiram em grande debandada.

Santuário de Dong-Lu passou a representar o Cristianismo na China


Em agradecimento por terem sido salvos do perigo, os habitantes construíram um santuário em honra à Santíssima Virgem. Por iniciativa do pároco local esculpiu-se uma imagem representando Nossa Senhora vestida com os trajes de imperatriz, que passou a ser venerada no santuário.

A aprovação do fato miraculoso pelas autoridades eclesiásticas ocorreu em 1924, em Shangai, por ocasião do sínodo dos bispos chineses. O bispo jesuíta Henri Lecroart propôs que fossem consagrados à Nossa Senhora a China, a Mongólia, a Manchúria e o Tibete, sob a invocação de Nossa Senhora Imperatriz da China. A proposta foi aceita, e em junho 150 bispos, tendo à frente o Núncio Apostólico, Mons. Celso Constantini, foi feita a consagração. Mais tarde, em 1932, o Papa Pio XI elevou o santuário de Dong-Lu à categoria de local oficial de peregrinação. Em 1941, o Papa Pio XII concedeu à Igreja da China uma festa em honra de Maria Medianeira de todas as graças, sob o título de Santa Mãe, Imperatriz da China.

Curiosamente, três fatos diferentes são estabelecidos: um é o santuário reconhecido como de peregrinação oficial; outro, uma festa litúrgica; e o terceiro, uma consagração do país. Mas na devoção popular todos se fundiram num só, e Dong-Lu passou a representar os três fatos conjuntamente.

Governo comunista mobiliza 5 mil soldados, carros blindados e helicópteros para dinamitar o santúario e confiscar a imagem da Virgem Maria

A pequena aldeia tornou-se então o berço de 40 dos 120 santos mártires canonizados pelo Papa João Paulo II em 1 de outubro de 2000.

Para grande incômodo do governo comunista, durante os últimos 100 anos, a peregrinação de milhares de católicos na China crescia em devoção e número de fiéis. Ciente dessa terrível "ameaça", em abril e maio de 1996 o governo chinês mobilizou 5 mil soldados, apoiados por dezenas de carros blindados e helicópteros, dinamitou o santuário mariano, confiscou a estátua da Virgem Maria e prendeu muitos sacerdotes.

O governo chinês passaria a considerar essa parte da Igreja Católica Romana como ilegal. Assim, a Santa Missa, catequese, batismo e outros serviços religiosos, para muitos católicos que ainda estão no subsolo deve ser realizado em casas particulares e em segredo com os riscos de multas exorbitantes, prisão, prisão domiciliar, torturas físicas e internamento em campos de trabalho.
Sacerdotes, seminaristas, freiras e leigos enfrentam perseguições e assédios contínuos. Muitos deles desapareceram e outros estão na cadeia.

Nas últimas olimpíadas de Pequim, em 2008, a igreja de Dong-Lu foi destruída

Recentemente, quando os holofotes da mídia mundial controlada se voltavam para as olimpíadas de Pequim, em 2008, a igreja de Dong-Lu foi destruída por comunistas chineses. O fato, abafado por muito tempo, causou imensa tristeza no Vaticano e indignação aos cristãos ocidentais.

No entanto, a pintura da Nossa Senhora da China manteve-se íntegra, uma vez que a imagem da igreja era apenas uma cópia. O original havia sido escondido na parede, atrás da cópia, e foi recuperado em impecável estado. Encontra-se agora em mãos dos fervorosos católicos chineses que, lamentavelmente, continuam seu trabalho missionário na igreja das catacumbas.

Católicos chineses rezam para que Bento XVI consiga restabelecer relações de compreensão e respeito com a China comunista para a liberdade da fé religiosa do seu povo.

Repressão continua em pleno século XXI
Atualmente, Dong-Lu permanece a pequena e poeirenta vila de 12 mil pessoas. Entre o casario de tijolo aparente, os mercadinhos e as fábricas de roldanas industriais, destaca-se o curioso prédio da Igreja de Nossa Senhora de Dong-Lu.

Apesar da indiferença da imprensa comunista estatal, a cidade de Dong-Lu é conhecida em pleno “paraíso” de Mao por ser o lugar onde, desde 1900, ocorrem visões da imagem da Santíssima Virgem. A última apareceu em 1995 e foi testemunhada por muitos habitantes da cidade. Muitos habitantes atestam que vêem a Santíssima Virgem frequentemente por lá. Nós, católicos, sabemos que a Mãe de Jesus e da Igreja não abandona Seus filhos.

Datas importantes do calendário cristão como Páscoa e Natal são celebradas exatamente como no Ocidente, mas tudo é feito escondido do governo, por meio de celebrações discretas e clandestinas, sem música, para evitar prisões.

Dong-Lu é cercada de oficiais da polícia à paisana que estão ali para impedir a entrada não apenas de jornalistas, mas de peregrinos que vão à cidade por conta das aparições da Virgem Maria. Os moradores que são pegos falando com a imprensa correm grande risco — afirma Joseph Kung, presidente da Fundação Kung, que ajuda os católicos clandestinos na China, hoje estimados em cerca de seis milhões.

O governo comunista teme que a cidade se transforme num centro de peregrinação. No entanto, apesar da repressão, o número de católicos na região não pára de crescer, especialmente os jovens.

Conclusão
Como vemos nesse estudo, é a partir dessa "mente revolucionária" que provém o ódio anti-cristão, agora generalizado em muitos corações. E a partir desse ódio implementa-se a cultura de morte e habilmente promove-se a imbecialização da mentalidade contemporânea, moldando-a docilmente aos sinistros propósitos do governo oculto.

Em Dong-Lu o combate entre o "Dragão" (ou antiga serpente) e a "Mulher" é literal. Em visitas clandestinas ao santuário, peregrinos perseguidos traduziram em duas frases a inevitável esperança cristã, transcritas nos dois lados da imagem da Santíssima Virgem. Em um lado lê-se: "A cabeça da serpente é esmagada. Debaixo de que pés foi derrotada?" No outro lado: "Meu filho, por que você está amedrontado? Sua mãe está a seu lado".


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Nossa Senhora de Qing Yang

Qing Yuang é o maior e mais importante distrito da cidade de Jiang Yin, na província de Jiang Su. Segundo os relatos dos anciãos locais, no início de 1900 uma camponesa da zona estava doente há muito tempo e não conseguia curar-se nem mesmo após muitos tratamentos. Um dia apareceu-lhe uma belíssima senhora vestida de branco com uma faixa azul. O seu rosto era condescendente e solene. Com as mãos cruzadas sobre o peito, disse a camponesa doente que recolhesse a erva da zona, que fizesse um chá e o bebesse, e assim seria curada. A mulher seguiu a ordem da Senhora e curou-se realmente. A mulher acreditava ter sido uma aparição de Kuan Yin, portanto foi ao templo para agradecer, mas não encontrou nenhuma imagem de Kuan Yin que se assemelhasse à Senhora. Um certo dia indo a casa de um católico, viu a imagem de Nossa Senhora de Lourdes, e logo pôs-se a gritar: “É Ela, é Ela a Senhora que me curou!”. A notícia difundiu-se logo na zona em torno, e as pessoas vinham prestar homenagem a Nossa Senhora. A diocese comprou o terreno onde havia aparecido Nossa Senhora e construiu uma simples capela, e algum tempo depois uma igreja de estilo gótico para responder às exigências dos peregrinos que chegavam em grande número. Assim a fama de Nossa Senhora de Qing Yang difundiu-se logo em toda a província e por todo o País. A igreja de Nossa Senhora de Qing Yang tornou-se logo um dos locais mais famosos Santuários marianos da China.


Donglu 1: a cidade da Virgem Maria na China


Quem chega a Donglu, uma pequena e poeirenta vila de 12 mil pessoas a 140 quilômetros de Pequim, na província de Hebei, consegue logo destacar, entre o casario de tijolo aparente, os mercadinhos e as fábricas de roldanas industriais, o curioso prédio da Igreja de Nossa Senhora de Donglu, de orientação católica patriótica. Ou seja, seus padres — e fiéis — não devem satisfações ao Vaticano ou ao Papa Bento 16, mas ao Partido Comunista da China. 

 
A arquitetura da Igreja de Donglu é curiosa, misturando o formato típico das igrejas ocidentais (com suas torres e sinos) com elementos chineses, como portões em arco ou pagodas tradicionais do império Qing que abrigam imagens da Virgem Maria com o menino Jesus. Ao ver o jornalista tirando fotos em frente à igreja, no entanto, o padre Lu Zhi Chao vem correndo:
— Por favor, os policiais estão observando você disfarçadamente e não é seguro ficar aqui fora. Vamos conversar lá dentro. — diz ele.
O temor do padre Lu Zhi Chao, 37 anos, desde janeiro responsável pela paróquia, ilustra bem o clima de temor pela repressão com que o governo chinês controla as manifestações religiosas no vilarejo, considerado hoje a cidade mais católica da China. Nada menos que oito mil dos seus 12 mil moradores são católicos, ou seja, 66% de sua população. O próprio padre estima que este número possa ser maior, pois há um enorme contingente de católicos clandestinos (aqueles que continuam a obedecer ao Vaticano e, por isso, fazem missas e orações escondidos).
— Os policiais estão sempre disfarçados, de roupas comuns, vigiando a igreja, especialmente aos domingos, quando as três missas que celebramos chegam a juntar 1.500 pessoas — diz o padre.
A quantidade de católicos em Donglu e o constante policiamento sobre os fiéis têm uma razão especial. Apesar da indiferença da imprensa estatal, Donglu é conhecida na China por ser o lugar onde, desde 1900, ocorrem visões da imagem de Nossa Senhora. A última apareceu em 1995 e foi testemunhada por muitos na cidade, como o comerciante Zhang Bin, de 23 anos.


— Todo mundo aqui em Donglu já viu a Virgem em algum momento da vida. Eu era uma criança, mas me lembro bem das pessoas assustadas, chorando, apontando para o céu perto dos campos onde a gente via a imagem de Nossa Senhora entre as nuvens — conta ele.

— Nós rezamos todos os dias e celebramos o Natal exatamente como no Ocidente, mas o governo não gosta muito, então fazemos celebrações discretas, sem música, para não sermos presos — diz o estudante Tian Hao, de 18 anos. — Nem as velhinhas estão autorizadas a fazer rodas de oração em suas casas. Se elas querem rezar, o governo obriga que elas façam isso na igreja.
Para conversar com os fiéis, os jornalistas são obrigados a entrevistar as pessoas em locais fechados, como em bares ou mercados, caso contrário, não apenas os fiéis são levados para a delegacia local para interrogatório, como os jornalistas também são detidos. 
— Donglu é cercada de oficiais da polícia à paisana que estão ali para impedir a entrada não apenas de jornalistas, mas de peregrinos que vão à cidade por conta das aparições da Virgem Maria. Os moradores que são pegos falando com a imprensa correm grande risco — diz Joseph Kung, presidente da Fundação Kung, que ajuda os católicos clandestinos na China, hoje estimados em cerca de seis milhões.
O chefe do escritório da agência Lusa em Pequim, Rui Boavida, foi detido por cinco horas quando visitou Donglu.
— Eles nos cercaram e nos levaram para a delegacia. Lá, me perguntaram o que me trazia à vila e eu respondi que fui fazer uma matéria sobre as fábricas de roldanas. Eles me levaram a uma delas e depois me aconpanharam até a saída da cidade para ter certeza de que eu ia embora. 
O governo tem medo de que a cidade se transforme num centro de peregrinação. Os registros da primeira aparição da Virgem Maria datam de maio de 1900, chamando a atenção do Vaticano, que confirmou o milagre em 1928. Desde então, milhares de peregrinos se deslocam de vários pontos da China todos os anos até Donglu durante o mês de maio para celebrar a visão da Virgem.
 
— Até 1996, quando o governo começou a inibir os encontros, Donglu recebia mais de 50 mil pessoas todo o mês de maio. Hoje, a festa recebe umas mil pessoas e não pode se estender por mais de alguns dias. Mesmo sendo uma igreja católica patriótica, o governo teme que a reunião de milhares de pessoas possa evoluir para um movimento mais político, acho eu. — diz o padre Lu (ao lado), que mantém emoldurada, sobre sua escrivaninha, uma mensagem do papa João Paulo 2 aos fiéis da igreja, datada de 1990.
Apesar da repressão, o número de católicos na região não pára de crescer, especialmente os jovens.
— As pessoas precisam desenvolver seu lado espiritual num país que vem se tornando mais e mais materialista e onde todo mundo só pensa em fazer dinheiro. O número batismos, que era de até três jovens por mês, hoje é de cinco por mês.

UM BREVE COMENTÁRIO GERAL

A devoção à Nossa Senhora na China, começou na aldeia de Dong Lu em 1900. Todos os anos, centenas de milhares de peregrinos vêm rezar diante de Nossa Senhora de Dong Lu. Durante o mês de maio de 1994 todas as estradas que conduzem a Dong Lu foram fechadas pelo governo. Em todas as vias de acesso para Dong Lu e cidades vizinhas foram colocadas barreiras. Ali só podia passar quem era identificado pelas autoridades como "não-católico". Assim mesmo vieram pessoas de todas as partes do país. Chegaram a pé ou de bicicletas, em automóveis e caminhões, através de caminhos pouco conhecidos para evitar a repressão do governo. 
Vieram à " Colina da Mãe " para rezar. Nos lados da estátua escreveram dois versos. Em um dos lados: "A cabeça da serpente é esmagada. Debaixo de que pés foi derrotada "? No outro lado dab estátua lê-se: " Meu filho, por que você está amedrontado? Sua mãe está a seu lado". Em outra parede, havia um enorme aviso anunciando o atentado sofrido pelo Papa na praça São Pedro, em Roma e pedindo orações e sacrifícios pela recuperação dele. 
Dezenas de milhares de pessoas ajoelharam-se diante da imagem com as mãos colocadas sobre o peito. Depois de uma longa repressão do governo comunista, os católicos não puderam controlar a emoção despertada pelo seu amor à Maria Santíssima. Muitos choraram copiosamente porque finalmente podiam ajoelhar-se aos pés da Mãe Santíssima, após quarenta anos de perseguições. E suplicaram: Querida Mãe, conceda-nos coragem para prosseguir nossa luta. Nós te pedimos: cuida da Igreja na China e salva-nos". 
Muitos tocaram a imagem com seus rosários e quadros de santos. Estes objetos religiosos se transformaram em algo de valor inestimável. Jovens, anciãos, inválidos, fracos e fortes, todos unidos no amor à Mãe de Jesus. Havia pessoas de todas as idades. Era possível ver-se um mar de gente ajoelhada e rezando, ninguém distraído ou conversando. Uma senhora e uma criança ajoelham-se diante da imagem. Abraçada a seu filho, a mulher chora. Próximo dela um senhor de meia idade. Ele também rezava e chorava. Depois de tantas perseguições eles encontravam consolo em Maria. Ofereciam seus sacrifícios para o futuro da Igreja Católica Romana na China, pelo Santo Padre e pela Igreja Universal. Eles estavam muito felizes por terem chegado à Colina de Maria mesmo com tantos riscos pessoais e sacrifícios financeiros.
O dia 24 de maio é o dia da festa mariana mais importante da China.
Nesse dia, o céu estava nublado. Começou a chuviscar. A Igreja subterrânea, como é chamada a Igreja Católica na China, não tem nenhuma igreja em Dong Lu. A Missa era ao ar livre. Por volta das oito horas da manhã, a procissão para a Missa Santa estava começando. Quatro bispos e aproximadamente 120 padres que chegaram das dioceses subterrâneas da China concelebraram a Missa, que teve como celebrante principal Dom Su Chi-Min, bispo auxiliar de Baoding. A procissão também incluiu mais de 100 seminaristas, 200 freiras, muitos diáconos e seminaristas do curso secundário. 
Os chuviscos se tornam uma chuva pesada,mas a procissão continuou. Nada poderia parar a devoção deste povo para com sua santa Mãe. Havia mais de cinquenta mil peregrinos. Poucos traziam guarda-chuvas. Em poucos minutos todos estavam molhados e empapados. Mas, andavam e cantavam na chuva. Eles estavam empapados no amor de Nossa Senhora e na graça de Deus. Esta chuva limpou-lhes a alma. Com vigor renovado e determinação, unidos como Igreja clandestina e leal, eles marchavam contra a tempestade de perseguições. Nenhuma tempestade poderia detê-los na marcha. Nenhuma perseguição poderia esmagá-los. Após a tempestade virão dias ensolarados.
A Missa começou. Todos se ajoelharam na lama, ao som de hinos e orações. Na história da Igreja na China, perseguição da Igreja na dinastia de Qing, o regime comunista atual, a Associação Patriótica cismática, o encarceramento e tortura de bispos, padres, freiras, e fiéis, os milhares dos mártires, a destruição e confisco das propriedades da Igreja, a proibição para atividades religiosas! Todos ali testemunhavam que a Igreja católica romana está gemendo debaixo da perseguição do governo comunista, suplicando a misericórdia de Deus.



Nossa Senhora da China também conhecida
como Nossa Senhora de Sheshan


NOSSA SENHORA DE SHESHAN 

A 50 km de Sanghai, na China, encontra-se Sheshan. Graças à beleza da paisagem e ao clima temperado, a colina de Sheshan é um lugar de grande atração turística. No século XVIII, dois imperadores saíram de Pequim especialmente para visitar esta localidade. Um deles, o famoso Kangxi, deu-lhe o nome de "Montanha do bambu verde". Título muito apropriado, pois a colina vive coberta desta vegetaço. A pintura chinesa de todas as épocas a reproduz tão graciosamente e os brotos do bambu são particularmente apreciados neste antigo povoado. 
A evangelização chegou a Sheshan em 1844. Os primeiros missionários alí construíram uma casa com cinco cômodos, reservando um deles como capela e os outros como locais de descanso. Em 1864, um religioso chinês construiu sobre a colina um quiosque hexagonal, no qual depositou uma imagem da Virgem Maria pintada por ele e venerada como "Auxiliadora dos Cristãos". A devoção à Virgem de Sheshan, "Auxiliadora dos Cristãos", difundiu-se então por toda a região sendo celebrada anualmente no dia 24 de maio.
Atualmente há em Sheshan duas igrejas: uma, no meio da colina e outra, no alto. Esta última foi construída em 1873 e reconstruída em 1925. Possui uma torre de 33 metros de altura, em cuja parte superior havia uma estátua da Virgem que segurava o Menino Jesus. O Filho, com os braços abertos em atitude de benção formava, no conjunto, a idéia de uma grande cruz elevada sobre a China. 
A igreja situada na metade da colina foi construída em 1894. Nas laterais da entrada há duas inscrições. Uma diz: "A capelinha encontra-se à metade da colina; façamos uma parada para acrescentar nosso afeto filial à Virgem". A outra inscrição reza: "A igreja maior encontra-se no alto da colina; subamos para implorar a benção da Mãe afetuosa". 
Há muitos canais na região de Sheshan. Os numerosos pescadores que vivem em suas embarcações são em sua maioria piedosos católicos. Anualmente, no mês de maio os pescadores vão em peregrinação ao santuário e a eles se unem outros peregrinos de diversas partes da China. A revista "Ave Maria" publicou em sua edição de 15 de setembro de 1981, uma matéria anônima intitulada "China - depois de trinta anos, grandiosa Romaria Mariana", traduzida da revista italiana "Madre di Dio", que reproduzimos abaixo. No texto, Nossa Senhora de Sheshan é chamada de "Nossa Senhora de Zozé" que pela descrição, trata-se do mesmo título mariano. "Os protagonistas deste acontecimento, que provocou muito barulho, não somente na China, mas em todo mundo, foram os pescadores da região de Shangai que, com uma pitoresca marcha sobre barcas, deram vida novamente ao Santuário de Zozé. 

NOSSA SENHORA DE SHESHAN
Relato de uma peregrinação

 
A 50 km de Sanghai, na China, encontra-se Sheshan.
Graças à beleza da paisagem e a seu clima temperado, a colina de Sheshan é um lugar de grande 
 
atração turística. No século XVIII, dois imperadores saíram de Pequim especialmente para visitar esta localidade. Um deles, o famoso Kangxi, deu-lhe o nome de "Montanha do bambu verde". Título muito apropriado, pois a colina vive coberta desta vegetação. A pintura chinesa de todas as épocas a reproduz tão graciosamente e os brotos do bambu são particularmente apreciados neste antigo povoado.  

A evangelização chegou a Sheshan em 1844. Os primeiros missionários aí construíram uma casa com cinco cômodos, reservando um deles como capela e os outros como locais de descanso. Em 1864 um religioso chinês construiu sobre a colina um quiosque hexagonal, no qual depositou uma imagem da Virgem Maria pintada por ele e venerada como "Auxiliadora dos Cristãos". A devoção à Virgem de Sheshan, "Auxiliadora dos Cristãos", difundiu-se então por toda a região, sendo celebrada anualmente no dia 24 de maio.

Atualmente há em Sheshan duas igrejas: uma, no meio da colina e outra, no alto. Esta última foi 
 
construída em 1873 e reconstruída em 1925. Possui uma torre de 33 metros de altura, em cuja parte superior havia uma estátua da Virgem que segurava o Menino Jesus. O Filho, com os braços abertos em atitude de bênção formava no conjunto a idéia de uma grande cruz elevada sobre a China.

A igreja situada na metade da colina foi construída em 1894. Nas laterais da entrada há duas inscrições. Uma diz: "A capelinha encontra-se à metade da colina; façamos uma parada para acrescentar nosso afeto filial à Virgem". A outra inscrição reza: "A igreja maior encontra-se no alto da colina; subamos para implorar a bênção da Mãe afetuosa".

 
Há muitos canais na região de Sheshan. Os numerosos pescadores que vivem em suas embarcações são em sua maioria piedosos católicos. Anualmente, no mês de maio, vão em peregrinação ao santuário e a eles se unem outros peregrinos de diversas partes da China.

A propósito, a revista "Ave Maria" publicou em sua edição de 15 de setembro de 1981 uma matéria anônima intitulada "China - depois de trinta anos, grandiosa Romaria Mariana", traduzida da revista italiana "Madre di Dio", que reproduzimos abaixo. No texto, Nossa Senhora de Sheshan é chamada de "Nossa Senhora de Zozé". Nossa ignorância a respeito do idioma chinês impede-nos de explicar porque o articulista emprega este outro nome. Mas, pela descrição, trata-se do mesmo título mariano.

"Os protagonistas deste acontecimento, que provocou muito barulho, 
 
não somente na China, mas em todo mundo, foram os pescadores da região de Shangai que, com uma pitoresca marcha sobre barcas, deram vida novamente ao Santuário de Zozé.

Na imensa planície de Shangai, cheia de canais e barcas de pescadores, desponta uma colina. No século passado, os missionários jesuítas ali edificaram uma capela. Posteriormente, pelos anos trinta, foi construído um grande Santuário Mariano sobre o ponto mais alto da colina: a Basílica de Nossa Senhora de Zozé. Construíram também um observatório que, confiscado pelo governo, funciona ainda hoje.

 
Os católicos chineses, servindo-se de centenas de barcas, costumavam subir em romaria ao santuário de Nossa Senhora. Mas desde 1949 tudo tinha desaparecido; as duas igrejas haviam sido esvaziadas e trancadas; a via-sacra, que serpenteava desde a planície até o alto, fora destruída a picareta, e o mato cobria o que era um caminho. Mas eis que no mês de março (1980) aconteceu alguma coisa de incrível, tanto que se falava até em milagre.

Já no ano anterior correra a notícia de que tinham sido vistas luzes estranhas sobre o monte e que estas tinham reaparecido no dia 15 de março. E também em outras partes da China acontecera o aparecimento de Nossa Senhora recomendando o Rosário. Os próprios jornais do Estado, para desmentir as notícias, contribuíram para com a sua difusão, e tanto, que na ocasião foi organizada espontaneamente uma romaria, durante três dias. A notícia chegou ao Ocidente por acaso, por meio de um homem de negócios que participou da mesma romaria. E logo depois outras fontes de informação vieram confirmar os fatos.



"Desde o dia 11 de março, mais de 140 barcas de pescadores já tinham 
  
chegado aos pés da colina, e vieram de longe. Eu cheguei no dia 15, partindo muito cedo, temendo não encontrar lugar no ônibus; de fato já havia uma longa fila esperando. Chegando ao lugar, calculei umas 10.000 pessoas já reunidas, vindas em barcas, ônibus, a pé, de bicicleta. O que imediatamente me chamou a atenção foi o fervor religioso dos pescadores e o clima geral de alegria. Muitos levavam velas, rosários, imagens sagradas, ou ostentavam medalhas penduradas ao pescoço. Não faltavam os rojões, sinal de alegria em todas as festas chinesas.

Creio que os rosários tinham sido adquiridos em Wenchow, cidade distante uns 360 km e que é famosa pelos "cabeças-duras". isto é, pela indomabilidade dos seus cristãos.

Já faz alguns dias que chove a cântaros; os rios e os canais cheios facilitaram a chegada das barcas, que ainda continuam chegando ininterruptamente. Observo uma numerosa família de pescadores que se aproxima com várias barcas: é um verdadeiro clã com mais de cem pessoas; dizem que partiram de casa no dia 9 de março. Reconheço um moço que chegara a Shangai no dia anterior, não sei de onde. Vêem-se peregrinos que chegam das regiões mais variadas. Pode-se dizer que toda a China está aqui representada.


 
Subindo a colina, espanto-me ao ver tanta gente. Paro diante da igreja que está na metade da encosta; na pequena praça estão ainda os pedestres onde antes se erguiam as estátuas do Sagrado Coração, de Nossa Senhora e de São José. Diante destes pedestais vazios ardem velas, e o povo reza de joelhos. Toda a colina está coberta de uma multidão em oração.

Alguns pescadores construíram uma cruz de madeira e a colocam diante da porta da igreja trancada. Mas, um pouco antes do meio-dia, outros pescadores forçam a porta e abrem a igreja. 
  
O seu interior está vazio e cheio de pó. Trinta anos de pó. Um velho perto de mim murmura: "Abrem-se as portas do céu". Creio que deviam estar ali presentes de 5 a 6 mil pessoas. Estavam presentes também a polícia, filiados do partido comunista e membros da Igreja nacional. Olhavam, sem nenhuma interferência. Existia oração, alegria, ordem; via-se claramente que quem comandava eram os pescadores.
Ao meio-dia, como se fosse dado um sinal, estouraram os foguetes, em grande quantidade, festivamente. Relancei o olhar ao redor e vi a colina toda brilhando com o fogo das velas, com as explosões dos rojões, dando um ar de festa; mas foi também uma outra coisa que me calou profundamente. Estendendo a vista para o ponto mais alto da colina, vi muita gente que subia pelo caminho da via-sacra. Subiam de joelhos, como era costume ali. Em cada um dos lugares, onde antigamente existiam as estações, paravam para rezar. Depois prosseguiam, sempre de joelhos, por grupos. Era um espetáculo impressionante: esta multidão de homens e mulheres, jovens e velhos, formava como que um cordão vivo que chegava ao pico da colina; e, quanto mais passavam mais aparecia o traçado da velha via e o caminho da cruz, e mais repontavam os restos das estações, cobertos pela vegetação.

Chego ao topo do monte. O santuário está intacto e vejo que as portas já tinham sido forçadas. A igreja está cheia; alguém, com tábuas fez um altar e o cobre com uma toalha branca e coloca sobre ele uma estátua de Cristo e depois uma estatueta de Nossa Senhora e uma fila de velas. Não consigo reter as lágrimas, e vejo também outros que choram perto de mim.

Diante do santuário, está alguém dos "católicos nacionais" que ergue a voz para convidar o povo a ir embora, mas chegam de repente alguns pescadores que com gentileza e decisão mandam-no para baixo. De tardinha desço. Cada barca se transforma em um hotel acolhedor, que convida a gente a passar a noite, de graça e com calor familiar. Encontro-me entre rostos antes nunca vistos e, no entanto me sinto em casa. Muitos outros passam a noite em oração, dentro das duas igrejas.

O dia seguinte, 16 de março, é domingo e chega ainda mais gente. Calculo que os peregrinos devem somar uns 40.000. A jornada corre como a precedente, apesar da chuva teimosa. É verdadeiramente um dia de oração, de cantos sacros, de serena alegria. A polícia vê que tudo está em ordem, observa, bate fotografias e não intervém nunca. Passo ainda uma noite numa barca que me hospeda.

17 de março. Subo ainda até a igrejinha que está na metade da estrada. Noto, em frente à cruz do dia anterior, um maço de flores frescas. Sobre os pedestais e perto das paredes foram colocadas outras estátuas diante das quais ardem velas. Uma velhinha recita em voz alta o rosário juntamente com um grupo de pessoas que responde. Aos pés duma imagem está uma família de camponeses, de joelhos, que reza em silêncio, visivelmente comovida. Chega à hora da partida. "Amanhã não será mais assim - diz um motorista de ônibus - pois a festa estará terminada".

No ônibus o povo reza ainda, os cânticos a Nossa Senhora se intercalam com as Ave-Marias, são distribuídas folhas mimeografadas para que todos possam acompanhar.
Olho ao redor de mim e vejo somente rostos felizes. Desde quando os cristãos não têm podido rezar em público! Cantar dentro de um ônibus!? Ao meu lado um velho chora silenciosamente. Não cheguei a ver fatos extraordinários, como luzes no céu ou mensagens, mas para mim esta romaria foi um verdadeiro “milagre”. "

Nossa Senhora de Sheshan, Rogai por nós que recorremos a Vós!

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