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segunda-feira, 25 de março de 2024

22 de março Aparições de Nossa Senhora de Castelpetroso, Itália Nossa Senhora da Piedade

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Aparições de Nossa Senhora de Castelpetroso, Itália

Nossa Senhora da Piedade

MENSAGEM DE MARIA SANTÍSSIMA NO FILME VOZES DO CÉU 26  FEITO PELO VIDENTE MARCOS TADEU TEIXEIRA A PEDIDO DA PRÓPRIA NOSSA SENHORA
 AS APARIÇÕES DA VIRGEM DOLOROSA EM CASTELPETROSO - ITÁLIA 
 "SOU A CORREDENTORA DA HUMANIDADE!"
(Maria Santíssima): “Marcos, meu Anjo querido, hoje eu venho pedir a você um novo ato de amor e serviço a mim: Quero que você faça o filme de Castelpetroso para mim.

(Marcos): “Mãezinha, minha vida e meu amor do céu, o que é Castelpetroso?
(Maria Santíssima): “É um lugar onde eu apareci na Itália. Você deve procurar este lugar e logo fazer o vídeo da minha Aparição, mostrando aos meus filhos do mundo inteiro a minha manifestação de dor e amor naquele local.
Depois, você deve divulgar esta minha Aparição sem cessar a todos os meus filhos, sobretudo, aos meus filhos brasileiros e aos mais afastados do meu Imaculado Coração. Pois eles se perdem em grande número pela ignorância espiritual e suas almas definham e morrem espiritualmente como um rebanho sem alimento e sem pastor. Essa é a sua missão doravante para a sua vida inteira.

(Marcos): “Sim Mãezinha, eu farei como a Senhora quiser. 
Qual mensagem a Senhora deseja que eu grave neste filme?”

(Maria Santíssima): “Grave esta Mensagem:
"Queridos filhos, eu sou a Senhora da Piedade, apareci às minhas filhas Fabiana e Severina emCastelpetroso, como Mãe Dolorosa, transpassada por sete espadas de dor e com o meu Divino Filho morto aos meus pés, para dizer ao mundo todo que Eu sou a Corredentora da humanidade!
Sou a Corredentora da humanidade, uni os meus sofrimentos e as minhas dores aos do meu filho Jesus, para colaborar com ele na obra da redenção da humanidade.
Por isso, durante toda a minha vida, suportei com amor e paciência todos os sofrimentos e dores que o Pai Eterno quis enviar-me e ofereci tudo para a salvação do gênero humano.
Era portanto, com muita razão que o meu filhinho Gabriel das Dores me chamava de salvadora do Universo, pois com as minhas Dores colaborei com a obra da salvação e ajudei o meu filho Jesus a derrubar o poder do o império infernal no universo inteiro. Por isso, sou a Rainha do Universo e a Senhora de todos os povos e tudo está debaixo do meu poder real.
Sou a Corredentora da humanidade, assim, como pelo pecado de um homem e uma mulher o pecado entrou no mundo. Assim também, era necessário que por um outro homem e uma outra mulher o pecado fosse vencido e aniquilado. Por isso, foram necessárias as minhas dores junto com as do meu filho para a redenção do mundo.
Foi por isso também que eu apareci em Castelpetroso como Mãe Dolorosa para confirmar o Dogma da minha Corredenção e assim, deter o rio de lágrimas que o dragão infernal vomitaria contra mim nestes tempos finais da apostasia.
O rio de águas é formado pelo conjunto de todas as novas doutrinas teológicas que tentam obscurecer a figura da Mãe Celeste de vocês, negar os seus privilégios, diminuir a devoção para comigo e por em ridículo todos os meus devotos.
Para impedir isso apareci em Castelpetroso transpassada por espadas de dor, num gesto de oferecimento do meu filho Jesus morto ao Pai como a vítima agradável pela redenção de toda a humanidade.
Portanto, esta verdade luminosa da minha Corredenção deve ser por todos você acreditada, defendida e divulgada por todo o mundo. Pois, quanto mais os meus filhos contemplarem o Dogma da minha Corredenção, mais compreenderão a gratidão que devem a mim por ter sofrido tanto para ajudar o meu filho a salvá-los, e sentirão o desejo de me amar e obedecer as minhas mensagens de amor.
Sou a Corredentora da humanidade e por isso apareci como Dolorosa em Castelpetroso, para revelar aos meus filhos não somente o quanto eu sofri pela salvação de toda a humanidade há dois mil anos atrás. Mas, o quanto eu sofro ainda hoje por todos os meus filhos que vivem no pecado crucificando o meu filho Jesus de novo e indo à perdição.
Sou a Mãe Dolorosa que sofre porque a cada hora mais um filho afasta de mim e se perde no pecado.
Sou a Mãe Dolorosa que sofre por todos os meus filhos que estão longe de Deus, que o negam, que o ofendem e que vivem como se ele não existisse.
Sou a Mãe Dolorosa que sofre por todas as guerras, abortos, famílias destruídas, jovens perdidos nos vícios e por todos os males que assolam a humanidade.
Com o coração sangrando de dor e lágrimas nos olhos, chamo todos os meus filhos a mudarem de vida, por uma verdadeira conversão e a voltarem ao Senhor Deus que tanto amou os homens ao ponto de morrer para redimi-los.
Convertam-se sem demora!
Não quero que nenhum de vocês seja condenados ao inferno, por isso convertam-se antes que seja tarde demais!
Se o meu angustiado chamado à conversão dado na minha Aparição em Castelpetroso não for atendido, um grande castigo cairá sobre toda a humanidade. Fogo cairá do Céu como eu disse em Akita, Japão e a maior parte da humanidade será destruída. 
Rezem o meu Santíssimo Rosário todos os dias, rezem o Terço das minhas Sete Dores todas as sextas-feiras e sábados.
Quem colocar completa confiança no meu poder de Corredentora e Rainha do Universo será salvo!
Vão e divulguem o filme de Castelpetroso feito pelo meu predileto anjo obediente, Marcos Tadeu, a todos para que os meus filhos se convertam e sejam salvos.
Marcos, meu anjo obediente e muito amado, tantas quantas forem as almas que se converterem com este filme de Castelpetroso que você fez para mim, tantas são as coroas e graus de glória que te darei no Céu.
A paz meus filhos, a todos abençoo com amor, especialmente a você meu anjo e servo obedientíssimo, meu filho Marcos.
A todos abençoo de LOURDES, de CASTELPETROSO e de JACAREÍ.”

Pedidos do DVD pelo Celular/Whatsapp: 12 99701-2427



RELATO DA APARIÇÃO

Duas mulheres, Fabiana Cecchino de 35 anos e Serafina Giovanna Valentino de 33 anos, tiveram uma visão de Maria primeiro como a Pieta e mais tarde como Nossa Senhora das Dores numa caverna em Castelpetroso, em Itália.

22 de Março de 1888

No dia anterior à festa da Compaixão de Nossa Sra. Senhora, duas camponesas pertencentes a Pastine, uma aldeia na diocese de Bojano, no sul da Itália, foram enviadas para procurar uma ovelha que se desviara de uma colina vizinha, para a qual Castelpetroso é a aldeia mais próxima. Uma, chamada Fabiana Cecchino, virgem de 35 anos, e a outra Serafina Giovanna Valentino, casada e um pouco mais nova. Em pouco tempo voltaram para casa, chorando, soluçando, tremendo e aterrorizadas. As pessoas naturalmente questionaram a causa de sua emoção. As mulheres relataram que tinham visto uma luz através de algumas rachaduras nas rochas; E quando se aproximaram, viram claramente a imagem de Nossa Senhora das Dores. Ela era uma mulher muito linda, de pele clara, com cabelos despenteados e sangrando das feridas recebidas de sete espadas.



Ninguém prestou muita atenção a essas declarações, que foram consideradas como absurdas; Mas outras evidências foram encontradas. Em primeiro lugar, uma criança e, em seguida, um herege declarado deu testemunho de aparições semelhantes. As pessoas começaram a ir à montanha e visitar o lugar das supostas aparições, cerca de 2600 pés de altitude. Alguns afirmaram que viram Nossa Senhora levando em seus braços seu Filho morto. As peregrinações começaram e, dentro de alguns dias, cerca de quatro mil pessoas tinham visitado o local, ou seja, o dobro do número de pessoas que vivem lá; E logo um lugar que geralmente era desconhecido, de repente tornou-se o centro de atracão de inúmeras multidões da região vizinha.


Dos que foram, alguns testemunharam que viram a Santíssima Virgem sob a forma conhecida como Nossa Senhora do Monte Carmelo; Outros A viram como Nossa Senhora das Graças, outras como Nossa Senhora do Santíssimo Rosário; Mas na maior parte, Ela apareceu como Nossa Senhora dos Dores. Em geral, também estava sozinha, mas algumas vezes foi acompanhada por São Miguel, às vezes por Santo António, às vezes por São Sebastião e às vezes por tropas de anjos. Entre aqueles que testemunharam essas aparições houve um incrédulo bem conhecido, que recebeu a graça de ver Nossa Senhora quatro vezes em meia hora.


26 de Setembro de 1888
Depois de algum tempo, a notícia das ocorrências chegou a Monsenhor. Macarone-Palmieri, bispo da diocese de Bojano, onde Castelpetroso está localizado. Ele foi convocado para Roma pelos negócios de sua diocese e, enquanto actualizava o Santo Padre sobre o que estava acontecendo em Castelpetroso, acrescentando que ele deveria ter gostado que as aparições tenham sido confirmadas por algum sinal claro. O Papa respondeu perguntando se ele não pensava que as aparições em si eram sinais; E pediu ao bispo que voltasse à sua diocese, visite Castelpetroso e relate novamente. O bispo fez o que tinha sido mandado pelo Papa. Ele visitou Castelpetroso, em companhia do arcipreste de Bojano e viu três vezes Nossa Senhora. 


Maio de 1888
Uma fonte de água apareceu no local.

21 de Março de 1889
O bispo de Bojano mencionou a presença da primavera em uma carta dirigida ao editor dos Servos de Maria. Esta água tem sido usada pelos fiéis da mesma forma que a de Lourdes, e muitos favores são cridos piamente terem sido recebidos como resultado.

18 de Dezembro de 1889

O padre Joseph Lais da Congregação do Oratório de São Filipe Neri, um físico e médico, subdiretor do Observatório do Vaticano, examinou que tudo estava convencido de que a ilusão óptica, pelo menos, estava fora de questão. Ele então examinou a evidência.

1889
O bispo de Bojano formou um comité, do qual ele assumiu o cargo de presidente, com o objectivo de cobrar fundos para construir uma igreja no local, santificada pela presença de Nossa Senhora; E ele decidiu colocá-lo sob os cuidados da Ordem Servita, fundada, como nossos leitores sabem, com o propósito expresso de honrar Nossa Senhora das Dores. 

O Santo Padre se dignou a abençoar o trabalho e enviou um telegrama, através do Cardeal Rampolla, seu Secretário de Estado, transmitindo a Bênção Apostólica aos membros da comissão e a todos aqueles que contribuíram para o fundo.

Maio de 1890
A pedra angular foi colocada para uma bela igreja gótica mais tarde construída no local onde a Santíssima Virgem apareceu.

Descrição da Virgem

As mulheres relataram que tinham visto uma luz através de algumas rachaduras nas rochas; E quando se aproximaram, viram claramente a imagem de Nossa Senhora das Dores. Ela era uma mulher muito linda, de pele clara, com cabelos despenteados e sangrando das feridas recebidas de sete espadas. 


Milagres, Curas e Sinais

Uma nascente de água apareceu no local da aparição em Maio de 1888. Esta água foi usada pelos fiéis da mesma forma que a de Lourdes, e muitos acreditaram piedosamente ter sido recebidos através dela. 

As curas são relacionadas a uma pessoa bem conhecida de todos os que estudaram a história dos Santuários de Nossa Senhora. Servo contém uma nova lista mês a mês, incluindo o seguinte caso, que recebeu a aprovação informal da autoridade eclesiástica: o bispo de Bojano informou o editor de il Servo de que um certo filho chamado Angelo Verna, de Fara S. Martino, que havia nascido mudo, começou a falar; E, ao mesmo tempo, o bispo encaminhou os testemunhos jurados de alguns parentes da criança. O editor solicitou mais informações ao arcebispo de Lanciano, que, por sua vez, se dirigiu ao Arcebispo de Chieti, em cuja diocese o lugar acabou por pertencer. 

Em sua resposta, o Arcebispo de Chieti disse que não tinha ouvido nada sobre o assunto antes da recepção da carta do Arcebispo de Lanciano e que ele havia recebido a informação com pouca credulidade. No entanto, Ele enviou a carta a um padre em quem ele tinha muita confiança, um dos cânones da colegiata de Fara S. Martino, solicitando-lhe que instituísse um inquérito rigoroso sobre todas as circunstâncias do caso. O digno cânone fez isso. E relatou que Luigi Verna, de Fara S. Martino e Annantonia Tavani, sua esposa, tinham uma criança chamada Angelo, seis anos de idade; e que, desde o nascimento, essa criança tinha sido muda. O pai, tendo obtido um pouco da água da primavera em Castelpetroso, enviou a sua esposa. Annantonia, cheia de fé, deu à criança para beber, e o menino logo depois recebeu o dom da fala. 

Aprovação
O sacerdote da diocese de Castelpetroso não só tratou todo o caso como uma ilusão, mas pregou publicamente contra o púlpito de sua igreja. No entanto, ele não podia evitar que sua congregação fosse peregrinar ao ponto das aparições. Outro padre, um homem muito velho, que também não acreditava nas aparições, foi, viu e mudou de opinião. Eis a sua própria narrativa sobre o que ocorreu:
Este testemunho foi autenticado pela assinatura de Don Luigi Ferrara, o padre em questão. Depois de algum tempo, a notícia das ocorrências atingiu Mgr. Macarone-Palmieri, bispo da diocese de Bojano, onde Castelpetroso está localizado. Ele foi convocado para Roma pelos negócios de sua diocese e, enquanto actualizava o Santo Padre sobre o que estava acontecendo em Castelpetroso, acrescentando que ele deveria ter gostado que as Aparições tenham sido confirmadas por algum sinal claro. O Papa respondeu perguntando se ele não pensava que as aparições em si eram sinais; E pediu ao bispo que voltasse à sua diocese, visite Castelpetroso e relate novamente. O bispo fez o que tinha sido dirigido. Ele visitou Castelpetroso, em companhia do arcipreste de Bojano, em 26 de setembro de 1888, e viu a Nossa Senhora três vezes. O vigário geral e muitos outros clérigos da diocese não foram menos favorecidos; Mas talvez a evidência mais notável de todos foi a de um homem que não acreditava nem em Deus nem em santos, embora frequentasse os sacramentos por respeito humano. Este homem, que conduzia uma vida tão miserável, foi a Castelpetroso, viu a Santíssima Virgem e se converteu. Entre os que foram atraídos para Castelpetroso pela fama das aparições foi o padre Joseph Lais, da Congregação do Oratório de São Filipe Neri; Um homem aprendeu em física e medicina, subdiretor do Observatório do Vaticano, e um cientista eminente, "completo". Ele deixou Roma em 18 de Dezembro de 1889, em companhia do padre Morini, um servo. Eles examinaram tudo, E o padre Lais logo ficou convencido de que a ilusão óptica, ao menos, estava fora de questão. Ele então examinou a evidência. "As observações que fiz do personagem das pessoas me levam a reconhecer que eles estão profundamente convencidos de que o evento aconteceu e, por outro lado, seu comportamento simples e ingénuo não sugere a suspeita de que o facto poderia ser, até certo ponto, fantasioso ou o efeito da imaginação, enquanto a formação natural das rochas exclui a teoria do engano ".  

O padre Lais não viu nada por si mesmo; de facto, as aparições cessaram por um tempo, embora novas tenham sido relatadas em Il Servo em Junho de 1890; Mas, apesar da experiência ocular pessoal, dificilmente poderia ter dado razões mais fortes para acreditar na verdade das declarações feitas por aqueles que verificam que foram abençoados pela visão da santa Mãe de Deus.

E, para dar força total a seu julgamento, deve-se lembrar que não só ele é um estranho no distrito, e não um membro da venerável Ordem dedicada ao serviço da Nossa Senhora das Dores, mas é um homem acostumado a pesar evidências, e que, a partir de sua formação e habilitações em física, está naturalmente inclinado a procurar explicações físicas de assuntos deste tipo. 

























fontes
Walsh, William James. As aparições e os santuários da rainha brilhante do céu em lendas, poesias e história: desde as primeiras idades até o presente. Nova york ; Nova Orleans: Carey-Stafford 1906. pp 173-174 

quarta-feira, 6 de março de 2024

07 de março - As Aparições de Nossa Senhora no Monte Bérico em Vicenza-Itália

07 DE MARÇO - Aniversário da Aparição de Nossa Senhora no Monte Bérico em Vicenza




FILME: VOZES DO CÉU 9-APARIÇÕES DO MONTE BÉRICO VINCENZA (ITÁLIA)/GENOVA (ITÁLIA)-KNOCK (IRLANDA)
Edição e narração do vidente Marcos Tadeu Teixeira
Santuário das Aparições de Jacareí-SP-Brasil
pelo sitew https://www.lojamarieltroni.com.br/
ou pelo telefone 0xx12 99701 2427




Aparição de Nossa Senhora em Vicenza-Itália - 1426.

A vidente: Senhora Vincenza Pasini

Os fatos: Essa aparição de nossa Mãe também é conhecida como de Monte Bérico.

Na realidade essa manifestação da Santíssima Virgem aconteceu em dois momentos diferentes.

O primeiro ocorreu em 1426, na cidade de Vicenza, que se encontrava a alarmada por uma temível epidemia que ceifava a vida de muitas pessoas. Nesse ambiente de pânico e insegurança, uma senhora, devota da Virgem Santíssima, rezava, no alto do Monte Bérico, em frente a uma Cruz, clamando sua misericórdia e amorosa proteção.
De forma inesperada eis que surge adiante dela a Rainha do Céu e da terra relevando a sua filha que a devastadora epidemia iria em pouco tempo, desaparecer. Porém, a Mãe de Deus solicitou que naquele lugar fosse erguida uma Igreja para que todos pudessem lembrar do socorro recebido naquela hora aflitiva.
Como normalmente acontece, e isso é lamentável, facilmente ajoelhados e rezamos para pedir, porém, depois de atendidos, raramente lembramos de agradecer.
E não foi diferente o que ocorreu com o povo de Vicenza, pois após passaram-se dois anos ainda não tinham cumprido o pedido de nossa Mãe.
Então, em 1428, novamente Nossa Senhora apareceu a sua filha, para reforçar o pedido anterior da construção da Igreja.
Finalmente, a população que tinha recebido tão grande graça, resolve cumprir a solicitação da Santíssima Virgem, e constrói a Igreja.
A partir desse momento começam as romarias, peregrinações e os milagres, inclusive com muitas curas de enfermos.
Atualmente, continuam a deslocar-se para lá em grande número de devotos em busca da Mãe do Perpétuo Socorro.


A imagem de Nossa Senhora do santuário do Monte Berico: a tradição a atribui à mão de Nicolau de Veneza. Foi esculpida entre 1428 e 1430 e depositada sobre o altar-mor desde as origens do santuário. Foi coroada em 25 de agosto de 1900 pelo patriarca de Veneza Giuseppe Sarto, futuro papa São Pio X. Depois de uma série de tentativas de furto, a cabeça da imagem passou a ostentar uma cópia da coroa original; acima, o altar-mor e o nicho que abriga a imagem de Nossa Senhora 

Maria extingue a peste no Monte Berico (I)

Um precioso manuscrito, conservado na biblioteca Bertoliana de Vicence, em Veneza, sob a cota Código 1430, descreve detalhada e fartamente os fatos que aconteceram nesta cidade do norte da Itália, "sacudida e dizimada" pela grave epidemia de peste entre 1426 e 1430. No dia 7 de março de 1426, uma senhora de 70 anos, Madame Vincenza Parisi, viu no alto da colina do chamado Monte Berico, uma mulher cuja aparência era a de magnífica rainha, vestida com roupas mais resplandecentes que o sol, envolvida por mil perfumes. Diante de tanta beleza, suas forças a abandonaram e ela caiu por terra. Então, a bela senhora a levantou e disse-lhe: "Eu sou a Virgem Maria, a Mãe de Jesus Cristo, morto na Cruz para a salvação dos homens. Peço-te que, em meu nome, vás dizer aos habitantes de Vicence, que, se eles querem recuperar a saúde, devem construir uma igreja em minha honra, neste local, pois sem que isto se realize, a peste não cessará." Vincenza perguntou: "Mas o povo não acreditará em mim. E, ó Mãe gloriosa, onde encontrar dinheiro para fazer estas coisas?". "Tu insistirás para que o povo atenda este meu desejo", respondeu a Virgem, "senão, a peste não cessará jamais, e enquanto as pessoas não obedecerem, meu Filho estará triste com elas". E continuou: "Como prova do que estou a dizer, que eles cavem um buraco nesta rocha viva e árida e, dela jorrará água; assim que a construção da igreja tiver início, dinheiro não faltará." Com um ramo de oliveira a Virgem Santa marcou a terra, assinalando o lugar onde a igreja deveria ser construída, exatamente no local onde se encontra hoje o altar-mor do santuário. "Todos os que visitarem esta igreja com devoção", acrescentou, "por ocasião das festas a mim dedicadas, e no primeiro domingo de cada mês, receberão abundantes graças, a misericórdia de Deus e a bênção de minhas mãos maternais."

Vincenza desceu até a cidade, referindo o ocorrido a todos, mas ninguém acreditou nela e o bispo, Dom Pietro Emiliani, mandou que ela se retirasse, achando que ela havia perdido o juízo.

O MONTE BERICO SITUA-SE AO SUL DA CIDADE DE VICENZA E TEM UMA ALTURA DE QUASE 1000 METROS.
PERTENCE A UM REMOTO SISTEMA DE MONTANHAS DE ORIGEM VULCÂNICA QUE SE ESTENDE POR MAIS DE 30 QUILÔMETROS.
O NOME DERIVA-SE DE UMA PALAVRA DIALETAL "BERG" QUE SIGNIFICA MONTE, GRADUALMENTE TRASFORMADA PARA "BERICE".
SEGUNDO UMA ANTIGA TRADIÇÃO, NA MANHÃ DE 7 DE MARÇO DE 1426, UMA ANCIÃ, CHAMADA VICENZA PASINI, ENQUANTO PROCURAVA O MARIDO, TEVE UMA VISÃO DE UMA FIGURA FULGURANTE QUE LHE DISSE:
“EU SOU A VIRGEM MARIA, MÃE E JESUS CRISTO, CRUCIFICADO PELA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE. PEÇO-TE QUE VÁ DIZER AO POVO VICENZIANO PARA CONSTRUIR NESTE LOCAL UMA IGREJA EM MINHA HONRA".
A COMUNA DE VICENZA ENTRE 1430 E 31 PROMOVE UMA INVESTIGAÇÃO OFICIAL SOBRE O APARECIMENTO DA VIRGEM MARIA; NOS ANOS QUE PRECEDERAM A APARIÇÃO UMA GRAVE PESTE TOMOU CONTA DA REGIÃO E APÓS OS FATOS NARRADOS POR VICENZA TEVE MIRACULOSO EFEITO DE RECUO E EXTINÇÃO DA DOENÇA. DESDE A PRIMEIRA PEDRA DO SANTUÁRIO, FATOS PRODIGIOSOS SE DERAM NO LUGAR, DESCOBERTA DE FONTES DE ÁGUA, CURAS MILAGROSAS, ETC.
TUDO ISSO ANTES DA SEGUNDA APARIÇÃO EM 1 DE AGOSTO DE 1428, EMBORA MUITOS NÃO ACREDITASSEM EM VICENZA QUE CHEGOU A SER PRESA COMO LOUCA.
DEPOIS DA SEGUNDA VISÃO, A VENERAÇÃO CRESCEU E VICENZA MORREU SENDO ENTERRADA NA IGREJA E DEPOIS TRANSFERIDA PARA O SANTUÁRIO CONSTRUÍDO EM 1810. ESTANDO HOJE SEPULTA NO CLAUSTRO DO CONVENTO.

“Um farol de salvação e de refúgio nas tempestades da vida”

O santuário de Nossa Senhora do Monte Berico é um dos lugares de devoção mariana mais importantes da Europa: Nossa Senhora apareceu ali duas vezes, em 1426 e 1428, a uma senhora idosa de Vicenza durante a terrível peste da primeira metade do século XV

de Pina Baglioni


Os pórticos que ligam a cidade de Vicenza ao santuário: a obra, finalizada em 7 de março de 1746 pelo arquiteto Francesco Muttoni, se desdobra por 700 metros e 150 arcadas, como o número de contas do Rosário. Estas foram repartidas em grupos de 10, simbolizando os 15 mistérios. Ao fundo, a fachada oriental do santuário

“Os habitantes de Vicenza, mas não apenas eles, levaram Nossa Senhora a sério: todo primeiro domingo do mês, sobem até aqui pelo menos trinta mil pessoas para pedir uma graça ou agradecer uma graça obtida, ou simplesmente para fazer uma visita à Virgem Maria. No final de cada missa – nove, todos os dias –, gasta-se mais de uma hora para que as pessoas consigam sair da igreja. Por pouco não precisamos empurrá-las para que vão embora”, brinca, satisfeito, o padre Alessandro Bertacco. Professor de línguas nos colégios de Vicenza durante trinta e oito anos, ao se aposentar tornou-se reitor do santuário de Nossa Se­nhora do Monte Berico. Decididamente, é um homem de sorte: existe um “problema” de abundância no Monte Berico. O que é uma grande alegria para ele e para sua Ordem, os Servos de Maria, que guardam o santuário ininterruptamente desde 1435. “Às vezes não sabemos a que santo recorrer para conseguir confessar toda esta gente. A média, no primeiro domingo do mês, é de vinte e duas mil confissões. Eu e meus companheiros da Ordem, vinte e cinco ao todo, mas apenas doze na ativa – pois os outros já estão idosos demais –, passamos até dez horas no confessionário. E o mais bonito de tudo é que a maior parte dos que vem pedir o sacramento são jovens, muitos jovens”. Tanto assim, que já em dezembro de 1972 foi preciso construir um edifício destinado apenas ao sacramento da penitência, bem ao lado da Basílica: duas grandes capelas, uma sobre a outra, com trinta confessionários, que vieram somar-se aos que já existiam dentro da Basílica. 
E ainda é pouco, se pensarmos no que ocorre todo dia 8 de setembro, festa da Natividade de Maria. O número de peregrinos quase dobra, estando presentes também autoridades civis e religiosas. A cidade de Vicenza, já na véspera da festa, fica inundada por milhares de pessoas. Muitas delas, vindo de cidades próximas, das regiões do Vêneto e da Lombardia, põem-se a caminho alguns dias antes, dividindo a pe­regrinação em etapas, para chegar a tempo da vigília e da “missa da aurora”, celebrada às 5h30, na manhã do dia 8. Muitos outros vêm da Bélgica, da França, da Inglaterra e da Alemanha. Às vezes até do Brasil e das Filipinas. “São imigrantes vênetos ligados para sempre a sua Mãe Celeste”, conta o padre Alessandro. “Um laço que é sustentado também graças a nossa revista mensal, La Madonna di Monte Berico, que já tem cem anos: milhares de assinantes, de todas as partes do mundo, nos escrevem para comunicar seus problemas e seu amor pela terra natal e por Nossa Senhora. E eu, que dirijo a revista, publico todos os meses alguma carta deles. Até já fui encontrá-los, sobretudo na Europa, para que entendam que o santuário e os Servos de Maria estão sempre a seu lado”. 
O primeiro domingo do mês e o dia 8 de setembro, festa da Natividade de Maria: em torno dessas duas datas, extremamente caras ao coração dos habitantes de Vicenza, se explica toda a história do santuário de Nossa Senhora do Monte Berico, o mais importante da região do Vêneto e um dos maiores locais de devoção mariana da Europa. 

Monte Berico, um gomo do paraíso 
“O lugar é muito ameno, elevado, iluminado pelos primeiros raios do sol nascente; à frente, um imenso panorama de campos férteis ponti­lhados de nobres palácios e vilarejos agradáveis. Na direção da mão esquerda, a vista chega até os vales distantes do Ástico, do Brenta, do Bassano, até Ásolo, com o majestoso complexo dos Alpes a suas cos­tas; na direção da mão direita, se estende até as colinas Eugânias, até Pádua e Veneza, que impera como uma rainha solitária nas lagunas. Parece que a Virgem escolheu este lugar para que o povo de Veneza pudesse vê-lo, e se dirigisse a Ela como a um farol de salvação e de refúgio nas tempestades da vida.” 
Hoje, subindo o monte que se eleva por cem metros, a sudoeste da cidade de Vicenza, experimentamos o mesmo cenário maravilhoso que o poeta e sacerdote Giacomo Zanella descreveu em seu Alla Madonna di Monte Berico, em 2 de agosto de 1875. Um cenário solene, que se distingue pelos setecentos metros de pórticos que, partindo da cidade, correm ininterruptamente até a fachada oriental do santuário. Construídos na segunda metade do século XVIII a partir do projeto do arquiteto Francesco Muttoni, para facilitar a subida dos pe­regrinos “ao monte”, articulam-se em 150 arcos, como o número de contas do rosário. E, a cada dez arcos, num patamar, pode-se contemplar na parede os afrescos de cada um dos 15 mistérios do rosário. Existe também um outro caminho, mais antigo, que leva até Nossa Senhora: é a subida das Escadinhas, com seus 192 degraus, introduzidos por um majestoso arco do triunfo com influências arquitetônicas evidentes do artista que assinou e revolucionou as feições de Vicenza: Andrea Palladio. 

Enfim, o Monte Berico é um gomo do paraíso. No centro do qual se recorta a silhueta inconfundível do santuário, onde barroco e gótico convivem: três fachadas barrocas, idênticas, em três de seus lados, e, no quarto, a oeste, a fachada gótica encostada à barroca. A fachada gótica lembra o santuário edificado depois das duas aparições de Nossa Senhora a uma se­nhora de Vicenza, em 7 de março de 1426 e 1º de agosto de 1428. Aqueles eram anos terríveis, anos de peste. Mas também muito bonitos, graças ao gesto de misericórdia dirigido pela Virgem Maria a Vicenza, uma cidade então reduzida ao extremo.

1404: a peste chega a Vicenza 

Um documento extremamente precioso, identificado como Códice 1430 e conservado na Biblioteca Bertoliana de Vicenza, conta com todos os detalhes os fatos que ocorreram na cidade de 1426 a 1430. É a principal fonte histórica, redigida por notários públicos em novembro de 1430, documentando o Processus formalmente instruído pela Communitas Vincentiae e pelo juiz do município, Giovanni de Porto. O motivo da instrução, solicitada pelas principais autoridades civis da cidade, é esclarecido pelo próprio documento já nas primeiras linhas: apresentar “a maravilhosa e estupenda construção da igreja da gloriosa Mãe de Deus, a Virgem Maria, no topo da montanha, dita ‘sacra’, e os milagres e outros fatos prodigiosos que lá em cima aconteceram”. Milagres e fatos prodigiosos que aconteceram depois de um período muito longo de sofrimentos, também amplamente documentado pelo Códice: “Do ano do Senhor de 1404 até o ano de 1428, esta infeliz cidade, com todo o seu território, foi sacudida e atormentada quase continuamente por pestes e doenças gravíssimas. Assim, esta província foi despojada de seu povo e de sua gente. Os habitantes morriam de doença ou, para fugir do mal, abandonavam suas casas durante anos, com pesados gastos e dificuldades”. 
Apesar de tudo, aquele 1404 se anunciava um ano propício: depois de uma série de tiranos – os se­nhores de Pádua, Cangrande della Scala e Gian Galeazzo Visconti – terem lutado dentro da cidade para conquistá-la, os cidadãos decidiram recorrer à proteção da República de Veneza. Em 28 de abril de 1404, por intermédio dos nobres cidadãos Gian Pietro Proti e Giacomo Thiene, os habitantes de Vicenza se entregaram espontaneamente à República de Veneza, recebendo, em troca, um amplo número de privilégios, tanto de natureza econômica quanto sob a forma de autonomia legislativa. Mas foi nesse mesmo período que a peste se espalhou pela cidade, deixando morte e devastação por onde passava. 
Outros documentos de arquivo revelam, por exemplo, que só restaram três monges no mosteiro beneditino dos Santos Félix e Fortunato; só nove monjas em Santo Tomás; dois camaldolenses; cinco carmelitas de São Tiago, em outubro de 1428, in pleno et generali capitulo. E o mesmo aconteceu aos outros mosteiros, o de São Lourenço, o de São Miguel e o de São Pedro. Enquanto isso, os habitantes de Vicenza imploravam e faziam penitência. Em vão. Parecia que o Céu havia se tornado surdo a qualquer invocação e que o Senhor os havia esquecido. 

“Eu sou a Virgem Maria, a Mãe de Cristo...” 

Naqueles anos terríveis, vivia em Vicenza uma senhora de quase setenta anos, Vincenza Pasini, que todas as manhãs subia ao Monte Berico para levar de comer a seu marido, mestre Francesco de Giovanni de Montemezzo, que, lá no alto, cultivava a vinha de seu pequeno campo, ainda que sua principal ocupação fosse a de marangone, lenhador. O idoso casal era originário de Sovizzo, um pequeno município a poucos quilômetros de Vicenza; tendo-se transferido alguns anos antes para a cidade, os dois moravam no bairro Berga, na encosta do Monte Berico, em frente da igreja de Todos os Santos. O Códice relata que dona Vincenza levava uma vida simples e honesta, devotada ao Senhor e a Sua Mãe Santíssima, pela qual alimentava uma devoção excepcional: seus dias eram ritmados por muita oração e boas obras; sua freqüência à igreja e às celebrações litúrgicas, e em especial sua caridade para com todos, faziam dela uma verdadeira cristã. 
Em 7 de março de 1426, hora quasi tertia – às 9 da manhã –, a senhora, como sempre, chegou ao topo da colina. Assim que chegou lá em cima, viu uma mulher na sua frente, como conta o Códice, “in forma speciosissime regine perfulgide”, nas feições de uma belíssima rainha, com vestes mais resplendentes que o sol, envolta numa fragrância de mil perfumes. Diante de tanta beleza, a pobre senhora perdeu as forças, caiu de bruços no chão, enquanto a comida para seu marido, guardada na sacola, continuava intacta. Então a belíssima mulher, segurando-a pelo braço direito, levantou-a do chão e lhe disse: “Eu sou a Virgem Maria, a Mãe de Cristo morto na cruz para a salvação dos homens. Peço-te que vás dizer em meu nome ao povo de Vicenza que construa neste lugar uma igreja em minha homenagem, se quiser recobrar sua saúde; do contrário, a peste não cessará”. Vincenza, então, chorando de alegria e ajoelhada diante de Nossa Senhora, respondeu: “Mas o povo não acreditará em mim. E onde, ó Mãe gloriosa, poderemos encontrar dinheiro para fazer estas coisas?”. “Insistirás para que esse povo execute a minha vontade, do contrário nunca será libertado da peste; e, enquanto não obedecer, verá meu filho irado contra ele”, res­pondeu Nossa Senhora. E continuou: “Para provar o que digo, que eles escavem aqui, e da rocha maciça e árida jorrará água; e, assim que se iniciar a construção, não faltará dinheiro”. Assim falando, marcou no chão com um raminho de oliveira em forma de cruz o lugar e até mesmo a forma da igreja que deveria ser construída. Enfiou depois o raminho na terra, exatamente no local em que hoje está o altar-mor do santuário. Mas ainda não havia terminado: “Todos aqueles que visitarem esta igreja com devoção em minhas festas e em todo primeiro domingo do mês terão como dom a abundância das graças e da misericórdia de Deus e a bênção de mi­nha própria mão materna”. 
À alegria indizível do encontro com a Virgem se alternava no coração de Vincenza Pasini o pavor de ter de enfrentar sua cidade. Assim que desceu a Vicenza e contou tudo aquilo a todos que encontrava, a mulher logo se deu conta de que ninguém acreditava nela. Mesmo porque, com todas aquelas pessoas mortas pela peste, o povo tinham outras coisas em que pensar. Foi também falar com o bispo, Pietro Emiliani. E foi pior do que andar no escuro. O alto prelado a deixou falar algum tempo, depois a despediu num instante, considerando-a uma pessoa sem juízo. Enquanto isso, a terrível epidemia continuava a piorar cada vez mais. E Vincenza retomou sua vida de sempre, trabalhando, rezando e fazendo obras de caridade. E, nos dias de festa, subindo ao monte para rezar bem onde havia encontrado Nossa Senhora. 
O documento que reúne todos os passos da investigação conta ainda que, dali a dois anos, houve outra aparição da Virgem a Vincenza Pasini: era 1º de agosto de 1428. Movida mais uma vez por piedade para com uma cidade que já havia chegado ao seu limite, Nossa Senhora repetiu as mesmas palavras, fazendo a mesma solicitação e a mesma promessa à senhora idosa. Depois de descer à cidade, e de berrar a vontade da Mãe celeste na cara de todo o mundo, pessoas comuns e autoridades da cidade, desta vez Vincenza foi ouvida. A notícia de que Nossa Senhora havia aparecido no monte uma segunda vez se espalhou pela cidade num instante e muita gente começou a ultrapassar as muralhas de Vicenza para subir à colina. Nessa altura, o prefeito, o Conselho dos Cem e o Conselho dos Quinhentos, reunidos na grande Sala da Razão, decidiram construir, o mais rápido possível, a igreja no Monte Berico. Informa ainda oCódice: “Tomada a decisão, e confiando apenas na esperança em Deus e na recomendação da Virgem gloriosa, a construção da igreja foi iniciada em 25 de agosto do mesmo ano de 1428”. Apenas vinte e quatro dias depois da segunda aparição. 
Nossa Senhora falara a Vincenza de uma fonte de água que brotaria da rocha maciça no lugar em que se deveria erguer o santuário. E assim aconteceu: durante os traba­lhos de escavação e desaterro, “jorrou como fonte uma maravilhosa e incrível quantidade de água [...], a ponto de transbordar naquele lugar como que um rio abundante, que, fazendo muito barulho, descia pelo monte”, informa mais uma vez o nosso Códice. Além disso, segundo a outra promessa da Virgem, o dinheiro também apareceu em grande quantidade: no Arquivo de Estado de Veneza, padre Giocondo Maria Todescato encontrou e publicou uma série de testamentos, com diferentes datas e os nomes de cada testador, mostrando como foi grande a generosidade dos habitantes de Vicenza para a construção do santuário. Para esclarecer o que aconteceu em seguida, outro precioso documento, de 15 de ju­lho de 1434, vem em nosso socorro: é a transcrição de uma lápide de mármore já destruída, cujo texto foi conservado na Biblioteca Bertoliana: “Iniciada a construção em 25 de agosto, a grande peste desapareceu parcialmente, e, completada a igreja depois de três meses, toda a província foi libertada completamente de uma série de calamidades, de forma que, a partir desse dia, com a ajuda de Deus, ninguém mais sofreu dessa doença”. O documento é também de grande importância porque revela que esses fatos milagrosos se verificaram sob o pontificado de Eugênio IV, enquanto Francesco Foscari era doge de Veneza. 


A igreja do santuário

A Mater misericordiae e Nossa Senhora do Magnificat 

Por quem e como foi edificada a igreja do Monte Berico, os documentos não indicam. Tudo o que se sabe, levando em conta o pouco que restou intacto até hoje dentro da Basílica barroca, é que foi uma simples igreja de esquema basilical edificada entre agosto e final de novembro de 1428. Por sorte, a imagem de Nossa Senhora, que hoje se encontra sobre o altar-mor, encostada à parede meridional da Basílica, única remanescente do antigo templo gótico, é a mesma que foi exposta na igreja em 1428. O Códice a descreve como “imperiosa imagem de mármore [...] pintada com arte de várias e preciosas cores”. A belíssima estátua em pedra macia das colinas Berici, que a tradição atribui a Nicolau de Veneza, tem um metro e setenta de altura e segue o esquema clássico daMater misericordiae. Está de pé, em posição frontal, e seu rosto, aberto ao sorriso, é emoldurado por cabelos encaracolados que o véu adornado de ouro ressalta. Seu hábito possui arabescos dourados e, dos ombros, desce um belo manto azul forrado de vermelho, com as bordas de ouro. Com as mãos, Nossa Senhora abre seu manto para acolher, ajoelhados a seus pés, quatro à direita e quatro à esquerda, os representantes do povo de Vicenza, de todas as classes sociais – dá para perceber isso pelo feitio das roupas –, que invocam a sua proteção: “Mostra-te, ó Mãe”, se lê na inscrição no pedestal da estátua. Na cabeça da Virgem existe uma coroa: em 25 de agosto de 1900, o patriarca de Veneza, cardeal Giuseppe Sarto, futuro papa Pio X, subiu à montanha para a coroação de Nossa Senhora. Depois de uma série de tentativas de furtos sacrílegos, hoje infelizmente só vemos uma cópia no lugar da coroa original – uma jóia de beleza indizível, elaborada com uma mistura de adereços de feitio popular e outros de maior valor doados a Nossa Senhora ao longo dos séculos. A coroa original se conserva num lugar secreto. 
Mas há uma outra imagem da Virgem Maria, oriunda daqueles anos, encontrada em 1932: é o afresco deNossa Senhora do Mag­nificat, de Battista de Vicenza. Atualmente se encontra na parede direita do moderno edifício dedicado às confissões, e reapareceu durante as obras para forrar de mármore o espaço que cerca a imagem de Maria mais antiga: nesse afresco, a Virgem, com vestes lilases recobertas pelo manto azul, está sentada sobre uma preciosa cadeira de mármore e é representada como se já estivesse próxima do momento de dar à luz; certamente, é uma pintura votiva, encomendada para propiciar um nascimento. 

Os Servos de Maria tomam posse do santuário de Nossa Senhora do Monte Berico 
Vicenza, já salva da peste e com seu santuário no topo da montanha, tornou-se meta constante de gente proveniente de todas as outras cidades vênetas. O Códice 1430 assinala que uma infinidade de milagres caíram como chuva sobre os peregrinos, os quais, sobretudo no primeiro domingo do mês, segundo a promessa de Nossa Senhora, enchiam a igrejinha. No intervalo de tempo que vai da segunda aparição da Virgem Maria até o início do Processus instruído pelas autoridades da cidade sobre os acontecimentos do Monte Berico, morreu Vincenza Pasini. Transformada em objeto de veneração popular, a pia senhora foi sepultada na igreja de Todos os Santos, na encosta do monte; seus ossos foram transferidos para o santuário em 1810, depois da demolição da igreja de Todos os Santos. Hoje se encontram numa urna de mármore branco na cripta da Basílica. 
E no meio de todos esses acontecimentos que arrastaram beneficamente o povo ao monte, foi necessário também construir um convento e, conseqüentemente, chamar uma ordem religiosa que pudesse assistir espiritualmente a toda aquela gente: os primeiros a chegar, no final de 1429, foram os frades da Ordem de Santa Brígida. Depois cederam seu lugar, por vontade do município de Vicenza, do novo bispo, Francesco Malipiero, e do papa Eugênio IV, aos Servos de Maria, que tomaram posse do santuário e do convento em 31 de maio de 1435. Esses frades logo se tornaram extremamente estimados pelo povo, mesmo porque à frente deles pôs-se um santo homem: frei Antônio de Bitetto. Depois de 570 anos, os Servos ainda estão no Monte Berico. Aliás, é justamente pela importância e pela fama de santidade que logo envolveram a frei Antônio, e, conseqüentemente, ao santuário, que ao longo dos séculos foram celebrados numerosos capítulos-gerais da Ordem no Monte Berico. 

O santuário se enriquece de obras de arte 

No final do século XV, os Servos de Maria já não sabiam como gerenciar a enxurrada de pe­regrinos que se derramava sobre o monte para implorar a Nossa Senhora. Fosse verão ou fosse inverno, o povo era obrigado a assistir à missa a céu aberto. Os frades, porém, não queriam saber de fazer reformas na igrejinha, para não comprometer sua estrutura, sugerida diretamente por Nossa Senhora. Só entre 1450 e 1454, quando já se percebiam problemas de ordem pública no santuário, em razão da grande afluência, é que se realizaram ampliações. Nisso, o salão principal original da igreja foi prolongado para oeste. Em seguida, o espaço interno foi articulado em três naves. Com o passar dos anos, construiu-se ainda um coro para os frades, definiu-se a fachada da igreja e se edificou uma hospedaria para os peregrinos, bem no lugar em que hoje aparece o novo convento edificado em 1954. Artistas importantes foram chamados para adornar o santuário e todos os outros ambientes. Se dermos uma olhada na atual sacristia, por exemplo, poderemos admirar a extraordinária Pietà de Bartolomeo Montagna, afresco pintado pelo artista em 1500, ao lado de outra Pietà que se pôs sobre o altar à direita do altar-mor, dentro da Basílica. Mas a obra pictórica mais preciosa de todo o santuário se destaca na parte oriental do antigo refeitório, hoje usado como pinacoteca: trata-se do Banquete de São Gregório Magno, de Paolo Veronese. O grande artista a pintou propositalmente para esse espaço em 1572, por encomenda de seu tio por parte de mãe, frei Damiano Grana, prior do santuário entre 1571 e 1573, retratado pelo sobrinho quase no centro da cena. A obra-prima de Veronese acabaria por sofrer uma série impressionante de ataques. O último deles foi dos austríacos, que, durante a Primeira Guerra de Independência, saquearam o convento e dilaceraram a tela a golpes de baioneta, reduzindo-a a trinta e dois pedaços. Além de Veronese, na segunda metade do século XVI foi chamado ao santuário de Nossa Senhora do Monte Berico Andrea Palladio, o maior arquiteto do Renascimento, para elaborar projetos de ampliação da igreja. 
Infelizmente não há mais vestígios do famoso “acréscimo palladiano”, que, partindo da antiga parede meridional, prolongou a Basílica para o norte, concluindo-a com a fachada relativa. A demolição aconteceu quando, no final do século XVII, os Servos de Maria, recorrendo à generosidade dos cidadãos para “que se terminasse e aperfeiçoasse” a fachada principal palladiana, ao norte, à qual era preciso acrescentar um “pequeno pórtico para comodidade dos passantes”, obtiveram dos maiorais da cidade uma resposta superior a suas expectativas. Com a cláusula, porém, de que se tirasse do caminho o “prolongamento” de Andrea Palladio e se reconstruísse a igreja desde o princípio, mantendo, obviamente, apenas a parede meridional, ou seja, a parede antiga na qual estava posicionada a imagem de Nossa Senhora. Para dirigir os trabalhos, chamou-se Carlo Borella, titular da maior empresa de edificações de Vicenza, que realizou o complexo edifício barroco que vemos hoje. E quem povoou tanto o exterior quanto o interior da igreja de um número impressionante de estátuas foi, na virada entre os séculos XVII e XVIII, o escultor Orazio Marinali. Por meio de três baixos-relevos externos, postos sobre as três portas de acesso ao templo, ele sintetizou em três “atos” o episódio milagroso do qual se origina o santuário. Um santuário que, tendo começado simples e humilde, não parou de inchar ao longo dos anos: em 1707, frei Ferdinando Gabrieli, que fora alguns anos antes prior do convento, decidiu, usando de seus próprios recursos, reformar um ambiente que ficava em cima do refeitório e que hoje corresponde ao museu do santuário. É a Sala dos Consultores, que guarda, numa de suas divisões, os retratos dos sete teólogos servitas nomeados, em épocas diferentes, consultores da República Vêneta, além dos bustos que retratam alguns dos superiores-gerais da Ordem entre 1653 e 1716. A Sala conserva também os mais de 150 ex-votos recolhidos ao longo dos séculos de vida do santuário: feitos tanto de madeira quanto em tela, eles contam, num estilo simples e um pouco naïf, uma série impressionante de trágicas quedas de cavalo, de janelas, dentro do lago ou de um rio. Sem contar as agressões, os incidentes, as deficiências congênitas e as doenças de risco. Enfim, uma maré de acidentes, sempre resolvidos pela intercessão maternal da Virgem Maria. Talvez seja esse um dos lugares mais comoventes e mais belos de todo o santuário. 


Fachada oeste: à igreja barroca está apoiada a fachada da igreja tardo-gótica, em memória do antigo santuário do Monte Berico. Foi restaurada no biênio de 1860-1861 pelo arquiteto Giovanni Miglioranza: só o florão central escapou da reforma neogótica. A fachada barroca, por sua vez, apresenta um dos três baixos-relevos de Orazio Marinali postos sobre as portas de acesso da igreja: aqui é comemorada a deposição da primeira pedra do santuário primitivo

Depois de quatro séculos de amorosa acolhida dos peregrinos, especialmente os mais pobres, e de grandiosas obras de decoração do santuário solicitadas por esses religiosos incansáveis, os Servos de Maria, obedecendo a um decreto de 11 de maio de 1810, tiveram de deixar do santuário. Napoleão suprimiu todas as Ordens e Congregações da Itália, obrigando-as a depor o hábito, e ordenou aos religiosos regulares, que não fossem de Vicenza, que voltassem a seus vilarejos e cidades de origem. A igreja do santuário de Nossa Senhora de Monte Berico se tornou uma capela subsidiária da paróquia da cidadezinha de São Silvestre. Na realidade, graças aos bispo de Vicenza, Zaguri, dois padres dos Servos prosseguiram em seu trabalho no Monte Berico. Todos os outros só voltariam depois de 25 de novembro de 1835, por iniciativa do bispo Giuseppe Cappellari e com o aval do imperador da Áustria. 
Mas, apesar das férias forçadas dos Servos de Maria, os dois padres que ficaram no convento continuaram a fazer mudanças no santuário: o novo campanário, a substituição do altar-mor do século XVI, a elevação da imagem de Nossa Senhora até um nicho de mármore, para favorecer a visibilidade. Até o altar foi trazido mais para a frente, de modo a permitir aos peregrinos que paras­sem no lugar em que Nossa Senhora havia aparecido a Vincenza Pasini: a cena está fixada num medalhão de prata, aos pés da estátua, sustentado por dois anjos de mármore. É costume que os pe­regrinos, no momento de pedir a graça a Maria, apóiem a cabeça no medalhão de prata, para estabelecer com Nossa Senhora uma relação direta, sensível. 

1917: Nossa Senhora do Monte Berico salva mais uma vez a cidade de Vicenza 
Há um outro dia crucial, além do primeiro domingo de cada mês, em que Nossa Senhora do Monte Berico se mostra particularmente bem disposta para com os peregrinos. É o dia 8 de setembro, festa de seu Nascimento. Existe um motivo particular, que nos remete à época da Primeira Guerra Mundial. Em 25 de fevereiro de 1917, a cidade de Vicenza, retaguarda imediata do conflito que se espalhava a poucas dezenas de quilômetros, pronunciava um voto solene a Nossa Senhora do Monte Berico, no qual dizia que, “se nossas terras se conservarem incólumes, nós vos prometemos santificar perpetuamente o dia de Vossa Natividade, tendo-o como sagrado e festivo”. Desde então, o dia 8 de setembro é festa municipal, pois, nessa ocasião também, Nossa Senhora respondeu à oração dos habitantes de Vicenza, não permitindo que o fogo da guerra chegasse a destruir a cidade. Ao longo daquele mesmo ano de 1917, o Boletim dos Servos de Maria dera amplo destaque à carta apostólica de Bento XV, que desejava o encerramento imediato do espantoso conflito; a atitude do santuário, por isso, foi tachada de pacifismo derrotista, e o governo ordenou que os sinos silenciassem. Isso explica por que o santuário, em 1919, pouco depois de a guerra ter terminado, recebeu de presente uma gigantesca bandeira italiana, confeccionada por 100 mil mulheres católicas, em memória de todos os mortos. E explica também a passagem por Monte Berico dos restos mortais do Soldado Desco­nhecido, quando eram conduzidos de Redipúglia para Roma, o Altar da Pátria. Vem daí também a construção e denominação da praça da Vitória. Inaugurada em 23 de setembro de 1924, ela abriu de par em par um dos mais extraordinários panoramas de toda a região do Vêneto. O cume do Monte Berico, na frente do santuário, foi cortado em 17 metros para que a vasta área fosse construída: um grandioso retângulo com dois lados movimentados em curva barroca. O corte do monte abriu à vista, assim, o mais vasto panorama do histórico cinto de montanhas formado pelos Pré-Alpes, pelo Pasúbio e pelo Grappa. 
Como se ainda fosse preciso, há mais uma data importante relacionada a esse lugar tão santo: 11 de janeiro de 1978. Nesse dia, o papa Paulo VI declarou Nossa Senhora do Monte Berico a padroeira principal da cidade de Vicenza, com estas palavras: “Na Itália, na diocese de Vicenza, o clero e o povo há mais de 500 anos veneram com um culto ininterrupto e com ardor a gloriosa Mãe do Divino Redentor, sob o título de Nossa Senhora do Monte Berico. [...] Nós decretamos que a Bem-aventurada Virgem Maria, homenageada com o nome de ‘Nossa Senhora do Monte Berico’, seja declarada e seja realmente de agora em diante a principal padroeira junto a Deus da cidade e da diocese de Vicenza. Depositamos grande esperança de que neste santuário, de agora em diante, floresçam cada vez mais a devoção à Mãe de Deus, a oração freqüente e um renovado conhecimento e imitação de seu Filho”.
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